Novos olhares

Releitura da obra de arte

Muitos curadores, críticos, colecionadores e simples mortais apreciadores já se aprofundaram na análise de algumas obras de arte do tipo “obra prima”.
Nesses dois anos mergulhados em pandemia, a visita aos museus virtuais teve um crescimento significativo e, a faixa etária, independente de gênero, variou entre 16 e 42 anos. Mais de 50% desses visitantes, tinham menos de 30 anos, o que significa o despertar desse jovem público pela obra de arte.
O que chama atenção, é que novas leituras, ou releituras, foram efetuadas por esse novo público. Até onde se sabia, museu é coisa para velho! Mas se tem uma coisa que o Corona Vírus trouxe, foi a constatação de que essa afirmação preconceituosa caiu por terra.
Recentemente estive visitando o MASP ali na avenida Paulista, em São Paulo. Sugiro visitas terças-feiras ou toda primeira quinta-feira do mês – a entrada é gratuita. Se você é adulto, a entrada custa R$ 50; estudantes, professores e maiores de 60 anos pagam R$ 25; Crianças com idade igual ou inferior a 10 anos com comprovante também tem entrada gratuita; finalmente, pessoas com deficiências e um acompanhante também tem entrada gratuita.

O Lavrador de Café – Cândido Portinari

Voltando a minha visita, numa terça-feira qualquer observei um jovem casal contemplando “O Lavrador de Café” de Cândido Portinari por mais de 30 minutos. Aproximei-me e interrompi aquele momento de imersão:
– Perdão, sou jornalista, sempre frequento este museu assim como tantos outros e, depois da pandemia, notei que pessoas mais jovens começaram a frequentar cada vez mais os museus. Poderiam me dizer alguma coisa sobre? Por exemplo: – O que chama atenção nessa obra especificamente? Conhecem Portinari?
Uma das jovens, Marisa, tomou a dianteira:
– Já ouvimos falar de Portinari, inclusive, dá uma olhada aqui (mostrou a tela do celular), acabamos de pesquisar sobre o artista.
– E o que mais chamou a atenção, ou está chamando, na leitura dessa obra?
A outra jovem, Tereza, se antecipou:
– Para mim é essa força bruta que se dispersa suavemente pelo olhar perdido do lavrador.
– Gosto das cores, não são puras, trazem a meu ver alguma amargura – complementou Marisa.
– Quantas vezes vocês já vieram aqui?
– Primeira vez! Disse Tereza.
– E pretendem voltar?
– Com certeza! Emendou Marisa.
– Muito obrigado, continuem a desfrutar desse lugar mágico.
Circulei um pouco mais pelo espaço e constatei mais uma vez que as pessoas naquele dia eram muito jovens. Terei que retornar em outros dias da semana para ver se a faixa etária continua nos números apresentados anteriormente.
Numa análise crítica sobre a obra é correto afirmar que a obra:
a) faz menção a dois aspectos importantes da economia brasileira: a mão de obra negra na agricultura e o café como produto de exportação.
b) expressa a visão política do artista, ao figurar um corpo numa proporcionalidade clássica como forma de enaltecer a mão de obra negra na economia brasileira.
c) exalta o homem colonial e as riquezas da terra, considerando-se que o país possui uma economia agrícola diversificada desde aquele período.
d) apresenta uma crítica à destruição da natureza, como se observa na derrubada de árvores, e uma crítica à manutenção do trabalho escravo em regiões remotas do país.
As meninas fizeram outra interpretação, mais subjetiva com certeza.

Obs.: as interpretações descritas acima foram extraídas do site: https://brainly.com.br/

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